Natália Winck’s Updates
Encontro de Novembro do grupo de estudos Identidade e Leitura
Conteúdo do encontro:
- Decolonization is not a metaphor (Eve Tuck e K. Wayne Yang);
- Introdução do livro El giro decolonial Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global (Santiago Castro-Gómez e Ramón Grosfoguel).
Grande parte do encontro serviu para discutir as ações do grupo de estudos por parte do comitê organizador para o ano que vem.
Camila começou a discussão do texto Decolonization is not a metaphor perguntando porque que não foi abordada a diferença entre colonialismo e colonialidade e como as duas palavras acabaram sendo usadas como sinônimos. Eduardo concordou com a dúvida de Camila e comentou que para ele ficou a impressão de que o texto tratava dessa reversão do colonialismo. Jhuliane comentou que a diferença se perde quando se transformam estes substantivos em verbos e trouxe para a discussão a questão do colonialismo sobre as comunidades indígenas e comentou que entendeu o argumento dos autores, mas não concorda exatamente com o que mencionaram em seu texto.
Clarissa comentou que implica também um pouco com a perspectiva do texto e que o que a perturba é a apropriação do termo que os próprios autores fazem uso, como se decolonialidade tivesse uma definição fixa da qual apenas eles pudessem fazer uso. Camila comentou que ficou com a impressão de que os autores tiraram a característica local da decolonialidade. Juliana comentou que acredita que o problema que há na interpretação deste texto é que nós não estamos no mesmo local social e político que os autores e destacou que o texto tem um cunho político muito forte. Clarissa reforçou novamente, então, o seu argumento inicial de discordância com o texto e Juliana destacou a questão do local de fala mais uma vez e as duas ficaram em um bate-e-volta defendendo suas perspectivas.
Jhuliane colocou no chat: “Será que isso não tem a ver com o que o Lynn falou, citando o Rancière, de termos o mesmo ponto de partida (validar o lugar e a existência do outro) para a criação dessa coletividade de dissonantes que nós somos?” “Talvez esteja além do racional. Para mim, a decolonialidade passa pelo ponto, pela mudança no modo de sentir e de existir no mundo”. João Victor declarou que ficou um pouco incomodado com quão frequentemente os autores caem neste discurso de que devemos “brigar” por aí para combatermos o colonialismo. Eduardo declarou que ficou com a impressão de que os autores estão discutindo mais a descolonização do que a decolonialidade e, inclusive, criticam algumas teorias decolonialistas.
Clarissa mencionou que, para o autores, para haver justiça social, deve haver justiça na distribuição de terras. Jhuliane comentou que o texto passa esta noção de que, independentemente de nossas ações “revolucionárias”, não deixamos de ser cúmplices do colonialismo. João Victor destacou que gostou no texto quando os autores revelam que devemos refletir muito sobre de que local estamos falando sobre decolonialidade. Juliana Martinez comentou, então, um pouco sobre a hierarquia social e sua relação com a decolonialidade e então todos discutiram um pouco sobre questões sociais mais pontuais em nossa sociedade, como as questões do ambiente.